quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Covão da Ametade Cântaro Gordo

Conhecíamos a Serra da Estrela como turistas ocasionais, atrás da neve, do sku, dos cães e do queijo. Bem para sermos honestos, quanto ao queijo não somos turistas ocasionais, somos fãs dedicados...
Agora que o Verão lhe retirou o seu manto de noiva, resolvemos revisitar a Serra para conhecermos melhor os seus detalhes e contornos.
Começamos por lhe dar a volta, Sabugueiro, Lagoa Comprida, Torre, Senhora da Boa Estrela e os seus blocos pedunculares,...

...Vale Glaciar do Zêzere, Manteigas,  Mondeguinho- a nascente do Mondego, Penhas da Saúde, Penhas Douradas,...


Como ponto alto, tínhamos planeado uma caminhada na Serra, efectuando o percurso designado como Ex-libris, 16 Km de puro prazer, subindo e caminhado pelo meio das rudezas da Serra.
Iniciamos o percurso pelas 11 horas, no Covão da Ametade, área de lazer muito bonita, debruada com vidoeiros e onde podemos ver o jovem Zêzere a dar os primeiros passos. Na era glaciar, este local  era uma zona de acumulação de neves e gelo (circo glaciárico).


Depois começamos a subir, a subir sempre com o Cântaro Magro no horizonte. O Cântaro Magro é um paraíso para quem se dedica à escalada, sempre com jovens radicais que pretendem vencer um dos mais difíceis locais de escalada do País.


Por acesso cada vez mais penoso, atingimos o Covão Cimeiro, local onde se iniciava o glaciar do Vale do Zêzere. Impressiona aquela zona nesta altura do ano, verde e plana, e rodeada por um verdadeiro anfiteatro rochoso, ensombrado pelos Cântaros Magro e Gordo ( formações graníticas de enormes dimensões com a forma de Cântaros).
Continuamos a subir para o Cântaro Gordo. O declive aumentou ainda mais, o calor a fazer-se sentir muito, as marcações tornaram-se cada vez mais escassas, sem trilho, o percurso a fazer-se, saltando e  subindo de pedra em pedra. Contudo a paisagem era fantástica!

Eram 14h e 20m,  atingimos os 1794 metros e agora nem trilho, nem marcações, nem mariolas. Pouco faltava para o cimo do Cântaro Gordo e não encontrávamos a continuação do caminho. Atendendo à hora , ao tamanho do dia nesta altura do ano e ao que nos faltava percorrer, não era aconselhável continuar. Verificamos que ao escolher aquele trilho e ao iniciá-lo às 11h, tínhamos tido mais olhos que barriga. e pouco juízo como nos tinham avisado. Resolvemos tratar de imediato da barriga e iniciar o percurso de volta pelo mesmo caminho.


E lá voltamos ao tranquilo Covão da Ametade, agora com mais calma para saborear as fantásticas vistas que a Serra nos oferecia.Contudo se a subida tinha sido a mais íngreme que tínhamos feito até agora, a descida pelo mesmo caminho foi tão ou mais difícil de fazer.
Terminado o percurso, descemos de carro o Vale Glaciar do Zêzere, fantástico testemunho da Era Glaciar.
Jantar em Manteigas com sabores serranos foi escolha recompensadora do esforço realizado no dia.



Vista do planalto de Seia e da Igreja de Nossa Senhora do Espinheiro, mandada construir por D. Afonso Henriques para pagar a Nossa Senhora de o ter salvo de uma alcateia de lobos.


Seia - Câmara Municipal, Igreja Matriz e da Misericórdia


Museu do Pão em Seia - A não perder, tem um longo repositório dos diferentes tipos de pão usados nas diversas regiões do País, a importância do pão nas religiões e muitas esculturas de presidentes da república feitas em pão.


Seia - Museu do Brinquedo. Foi bom relembrar alguns saudosos brinquedos que nos preencheram os tempos livres e outros com que sempre sonhamos e que por culpa da sorte e distracção dos padrinhos, nunca tivemos.


Em Seia, a ver ainda o Centro de Interpretação da Serra da Estrela, repleto de tecnologia e de informação sobre o Parque Nacional da Serra da Estrela e que merece bem duas horas do nosso melhor tempo.

Com neve ou sem neve a Serra é encantadora. Havemos de voltar em breve.

Mapa do Percurso


Ver Covão da Ametade Cantaro Gordo num mapa maior




Perfil do Percurso



Marcações

Percurso com algumas marcações no início, mas muito confuso no cimo junto ao Cântaro Gordo .

Actividade:  Percurso pedestre de subida ao Cântaro Gordo
Local de Início: Iniciamos o percurso no Covão da Ametade
GPS:   N 40.32846  W 7.58742 Altitude:1389 m      
Local de Chegada: idem. ( percurso circular )
Distância Total: 3,9 Km
Tempo de realização: 06 H 45 m
Condições Específicas: Percurso com piso muito irregular com desníveis elevadissimos 

Pontos de Interesse

Zona de lazer do Covão da Ametade, Anfiteatro granítico à volta do Covão Cimeiro, Paisagens fantásticas da Serra da Estrela.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

PR 2 Vinho do Porto

Procuramos um trilho na zona do Peso da Régua para admirar os vinhedos, as cores e as panorâmicas do Douro nesta época do ano. Escolhemos o PR 2 - Vinho do Porto com início junto à Igreja de Samodães. 


Começamos numa zona alta, com uma vista magnífica para o Rio Douro e lá fomos descendo, por entre vinhedos, até ao rio. Junto ao caminho algumas árvores de frutos da época: figos, maçãs e castanhas.


Junto ao Rio a Quinta do Monte Abraão, em local idílico.


O percurso segue junto ao rio por cerca de 1 Km e depois tem uma subida íngreme até ao local de partida. A subida e os 34ºC  ambientes fizeram mossas.


Como terminamos cedo o trilho resolvemos complementar com um passeio de carro pelo Douro vinhateiro, passando por Armamar e seguindo até Lamego.


Em Lamego, visitamos o Museu que ainda não conhecíamos.


Estava patente uma curiosa exposição de pintura sobre as máscaras de Lazarim, povoação perto de Lamego que mantém viva uma tradicional festa de Carnaval em que são usadas estas máscaras.


Da colecção de pintura do Museu, destacam-se 5 telas magníficas de Vasco Fernandes ( O Grão Vasco) .



Ao lado do Museu vale a pena visitar a Sé e o seu Claustro.



Mapa do Percurso









Perfil do Percurso





Marcações

Percurso bem marcado segundo as Normas .

Actividade:  Percurso pedestre circular pelos vinhedos do Douro
Local de Início: Iniciamos o percurso junto à Igreja de Samodães
GPS:   N41.13968 W7.82724 Altitude:200 m
Local de Chegada: idem. ( percurso circular )
Distância Total: 8,3 Km
Tempo de realização: 03 H 25 m
Condições Específicas: Percurso com uma ascendente de grande declive 

Pontos de Interesse

Paisagens sobre o Rio Douro, cores e tons da época das vindimas no Douro

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Budapeste - Dia 3

A manhã do 3º dia em Budapeste foi dedicada a percorrer algumas das suas ruas e praças e a admirar os diferentes estilos arquitectónicos que se encontram ao virar de cada esquina. Brilho para os inúmeros edifícios Art Deco e Arte Nova que nos encantam e pena por alguns destes ainda não terem sido recuperados.


A Catedral de Santo Estêvão, dedicada ao Santo que foi o 1º Rei da Hungria é muito bonita na sua forma e riquíssima no seu interior. Vitrais, tectos e cúpulas dourados e altares em prata maciça, traduzem bem o facto de ter sido à volta do Cristianismo que se formou e uniu este país.


Visitamos ainda o Mercado Central, catedral do consumo, muito limpo e organizado.


Depois e em jeito de adeus, ainda deambulamos por uma rua pedonal, descobrindo a cada canto pormenores que fazem a diferença, ficando a certeza que embora vividos intensamente, os dois dias e meio  passados em Budapeste serviram só para descobrir esta cidade fantástica e despertar a vontade de voltar com mais tempo para ver tudo. Por exemplo, não visitamos um dos motivos que levou os antigos a ali se fixarem, as termas.
Até já Budapeste...


sábado, 18 de setembro de 2010

Budapeste - Dia 2

Alojados em Buda, iniciamos o 2º dia de visita descobrindo Peste. O edifício da Ópera,  uma  Sinagoga considerada a 2ª maior do mundo, (estranhamos o edifício da Sinagoga com duas torres debruadas com motivos árabes!) e o Museu do Terror, edifício que foi sede da polícia nazi na 2ª Guerra Mundial e depois sede da equivalente soviética nos anos de ocupação russa, deixando em muitos húngaros as mais negras recordações.

 

Nos limites do Parque Municipal, visitamos um curioso monumento que pretende glorificar a união dos Húngaros e a força que obtêm quando se juntam.  Primeiro algumas estacas, que facilmente se podem saltar ou andar no meio. Depois as estacas vão-se juntando e aumentando de altura, impedindo que alguém as possa tornear. Depois as estacas  passam a aço,  cada vez mais altas e juntas, até que se transformam numa massa de aço, que vista frontalmente tem a forma de uma quilha, desafiando quem a queira enfrentar!... Imagem poderosa num local que ainda há pouco tempo, via todos os anos desfilar os tanques do último invasor...
A pensar que o tempo nos aproxima do futuro, ali perto montaram uma enorme ampulheta , controlada por computador, com um ciclo de um ano, testemunha do que se vai fazendo e do que ainda falta fazer.


 

Ao lado, um dos locais mais visitados de Budapeste: a Praça dos Heróis. Edificada em 1896 , como porta de entrada  da Exposição Mundial que teve lugar em Budapeste,  no âmbito da celebração dos 1.000 anos do País. No meio da Praça, existe um monumento que na sua base tem 7 cavaleiros que representam, os 7 chefes de tribos nómadas, Magiares que em 896 deixaram as origens na Ásia e fixaram-se nas planícies da Hungria. Existem ainda estátuas dos mais influentes monarcas Húngaros, a começar no 1º Rei Estêvão, que se converteu ao Catolicismo e depois usou este para unir e pacificar toda a zona. Por este facto o Papa, considerou-o Santo (Santo Estêvão). Nos lados da Praça, existem dois monumentos que se impõem, o Museu de Arte e o Pavilhão Principal da Exposição de 1896.


Pavilhão da Expo Mundial de 1896



Seguimos depois para uma visita ao Parlamento, o 2º maior da Europa, edificado também na altura da Expo Mundial de 1896. Edifício muito bonito e grandioso situado nas margens do Danúbio.

 

No exterior a homenagem ao estudante que se imolou como protesto pela presença e atitude do último invasor.



No seu interior a profusão de ouro, os volumes e a decoração são fantásticos. Na nave frontal está em exposição a coroa e o ceptro do 1º rei (Santo) Estêvão. Por cima uma cúpula fantástica.


A Sala de Reuniões do Parlamento é deslumbrante e as mordomias passadas também ( fora da sala existem suportes para os charutos para que os deputados pudessem participar nas reuniões entre duas fumaças no charuto...).


Depois rumamos a Buda para visitar o Palácio Real e a Cidadela. Lindíssima a paisagem que daí se tem para Peste.


Passeamos a Cidadela fortificada, recheada de edifícios medievais lindíssimos.


Hora de almoço cumprida num simpático restaurante.



A coluna dedicada à Santíssima Trindade é a Praça principal da Cidadela e foi edificada para agradecer a sobrevivência à peste que na Idade Média arrasou a Europa.


Mesmo ao lado a Igreja Mathias onde foram coroados muitos dos Reis Húngaros e alguns do Império Austro-Húngaro


Na frente da Igreja Mathias, existe o Padrão dos Pescadores de onde se pode contemplar a beleza de Peste e do Danúbio.


De volta a Peste, tempo para admirar a 1ª linha de Metro da Europa ainda em funcionamento, o eléctrico nº2 que percorre a cidade e os seus locais mais bonitos e a intensa vida desta zona.


Para fechar o dia com chave de ouro, à noite um cruzeiro no Danúbio. Para dar o mote, o cruzeiro abriu com um par de dançarinos a interpretar  claro o "Danúbio Azul"...


Iluminados na noite, os bonitos edifícios e pontes davam imagens maravilhosas.


O Parlamento, majestoso, tão bonito de dia como de noite.


Terminado o cruzeiro fomos ainda ver a imitação do Castelo da Transilvânia, onde se diz que viveu o Conde Drácula.


Depois de um dia destes era impossível não nos apaixonarmos por esta cidade.


domingo, 12 de setembro de 2010

Covelo de Paivô, Regoufe, Drave


Só se lá chega depois de pelo menos 2 horas de caminho a pé! Porque será que quando lá vamos tem sempre alguém? Não vale a pena redigir explicações, é Drave, a Aldeia Mágica. Só indo lá se compreende. Dez a doze casas, algumas em ruínas, outras reconstruídas pelos escuteiros, longe de tudo mas no centro do paraíso.
Já a tínhamos visitado duas vezes há cerca de um ano e meio. Resolvemos voltar, iniciando agora a caminhada junto à Igreja de Covelo de Paivô. Dia bonito e quente, caminho a condizer: calçada medieval, lajeada e estreita, debruada com fetos a combinar o verde com o ocre, cores da época e muito bonitas.
Sempre a subir, cansavam-se as pernas enquanto se regalavam os olhares com a vista, cada vez mais alargada e com a paisagem cada vez mais imponente. Era a 1ª vez que fazíamos esta parte do percurso e achámo-lo muito bonito.


Na aproximação a Regoufe, passamos ao lado das Minas abandonadas de volfrâmio, que no apogeu da 2ª Guerra Mundial alimentaram a produção de armas e geraram uma corrida desenfreada àquele "ouro" e fizeram cometer tantas asneiras.
O interior da Aldeia de Regoufe é delicioso, com ruas cobertas de ramadas cheias de cachos de uva e "picas-na-terra" a andarem livremente na rua.


Depois da ponte de Regoufe, a subida até ao alto de onde se desfruta a visão mais alargada das minas e da Aldeia de Regoufe e também se compreende a Garra ( disposições de montes que fazem lembrar a garra de um animal gigantesco).





A parte mais difícil da ida estava realizada e tranquilamente, caminhamos até Drave.
Surpresa foi verificar que um dos pontos mais bonitos e fotografados da Aldeia, tinha ido de férias: a queda de água, por baixo da ponte na entrada da Aldeia estava completamente seca e a piscina natural que a seguia estava igualmente seca. Contudo, a Aldeia continuava com o seu tom especial, abandonada pelos seus habitantes devido ao seu grande isolamento, fervilhava de movimento, com grupos de escuteiros que ali possuem uma base e de outros jovens que a conhecem e procuram para acampar e conviver.

Depois de um merecido descanso, fizemos o caminho de volta, a saborear a paisagem e a iludir o cansaço acumulado.


Sendo a 3ª vez que vamos a Drave, só podemos dizer que havemos de voltar...

Mapa do Percurso


Ver Covelo de Paivô, Regoufe, Drave num mapa maior



Perfil do Percurso

 

Marcações

Percurso bem marcado segundo as Normas da FPCC

Actividade:  Percurso pedestre de Covelo de Paivô a Regoufe e Drave
Local de Início: Iniciamos o percurso junto à Igreja de Covelo de Paivô
          GPS:   N40.88453 W8.16342 Altitude:319 m
Local de Chegada: idem. ( percurso circular )
Distância Total: 16,2 Km
Tempo de realização: 08 H 30 m
Condições Específicas: Percurso com duas ascendentes de grande declive e com piso muito irregular

Pontos de Interesse

Calçada medieval na subida de Covelo a Regoufe, minas de volfrâmio, Aldeia de Regoufe, panorâmicas, Aldeia de Drave


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